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São Paulo realiza 9,5 mil transplantes e contribui para recorde nacional do SUS 

O Brasil bateu um recorde histórico em 2024 ao realizar mais de 30 mil transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — um aumento de 18% em comparação com 2022, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Saúde. Desse total, 9.537 procedimentos foram realizados no estado de São Paulo, principal responsável pela marca. […]


O Brasil bateu um recorde histórico em 2024 ao realizar mais de 30 mil transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — um aumento de 18% em comparação com 2022, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Saúde. Desse total, 9.537 procedimentos foram realizados no estado de São Paulo, principal responsável pela marca.

Entre os tipos mais comuns de transplantes feitos em São Paulo estão os de córnea (5.584), rim (1.184), medula óssea (1.180) e fígado (650).

“Quero dividir essa conquista com os secretários municipais e estaduais, os profissionais de saúde, técnicos, enfermeiros, equipes do SAMU e todos que fortalecem o SUS diariamente. Este recorde reafirma o Brasil como o país que mais realiza transplantes em sistema público no mundo”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Novas tecnologias reduzem tempo de espera e riscos

Como parte do esforço para ampliar o acesso e melhorar os resultados, o Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas voltadas à modernização do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Uma das principais inovações é a Prova Cruzada Virtual, que será oferecida na rede pública a partir de setembro, com a publicação do novo regulamento técnico.

O exame virtual utiliza dados imunológicos previamente cadastrados para avaliar a compatibilidade entre doador e receptor, sem a necessidade de realizar testes laboratoriais iniciais. A novidade promete acelerar a distribuição de órgãos como rim, coração, pulmão e pâncreas, além de reduzir riscos de rejeição e o tempo entre a doação e a cirurgia.

Nova regra facilita alocação de órgãos por região

Outra mudança importante diz respeito à redistribuição dos grupos geográficos para transplantes. A alocação de órgãos passará a priorizar estados da mesma região geográfica, o que deve reduzir o tempo de transporte e fortalecer os programas estaduais. Caso não haja receptores regionais, os órgãos serão direcionados para a lista nacional.

A nova lógica substitui o modelo de macrorregiões definido em 1997, quando estados como São Paulo concentravam os voos necessários para o transporte de órgãos. Com a ampliação da malha aérea e o uso de aviões da FAB, a redistribuição busca refletir a realidade atual do país.

Transplantes inéditos e novos centros de referência

Entre os avanços inéditos está a incorporação, pela primeira vez, do transplante de intestino delgado e multivisceral na rede pública. A medida oferece uma nova esperança para pacientes com falência intestinal irreversível. Hoje, cinco hospitais realizam esse tipo de cirurgia no Brasil — quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Além disso, o Ministério da Saúde reajustou em 400% a diária para o tratamento de reabilitação intestinal, etapa anterior ao transplante. Quatro centros já são habilitados para oferecer essa atenção integral, e a expectativa é ampliar a rede com novas adesões ao programa.

Foto: divulgação/MS
Capacitação para acolher famílias e reduzir recusas

Para aumentar o número de doações, o governo federal lançará o Programa Nacional de Qualidade em Doação para Transplantes (ProDOT), que visa qualificar profissionais para melhorar o acolhimento às famílias. Em 2024, 55% das famílias entrevistadas autorizaram a doação de órgãos de seus entes falecidos — índice ainda distante de países como a Espanha, onde as recusas giram entre 8% e 10%.

“Aumentar o número de transplantes passa por aumentar o número de doadores, e isso depende diretamente da abordagem com as famílias. É isso que o ProDOT vem para transformar”, afirmou a coordenadora nacional de Transplantes, Patrícia Freire.

Vale lembrar que, mesmo que a pessoa manifeste o desejo em vida, a autorização da família é indispensável para a doação. Por isso, é essencial que esse desejo seja comunicado aos familiares.

SUS também incorpora uso de membrana amniótica e reajusta valores

O Ministério da Saúde também incorporará o uso da membrana amniótica como curativo para queimaduras. Estudos mostram que essa técnica reduz o tempo de cicatrização, infecções e dor, em comparação com tratamentos convencionais. Uma nova avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) também analisa a ampliação do uso da membrana para afecções oculares.

Além disso, procedimentos relacionados ao transplante de córnea — como a retirada do globo ocular, conservação da córnea e exames sorológicos — tiveram aumento mínimo de 50% no valor pago pelo SUS. A medida fortalece os bancos de olhos e deve ampliar a oferta de tecidos.

Fila de espera ainda é grande

Apesar dos avanços, cerca de 78 mil pessoas seguem na fila por um transplante no Brasil. A maior demanda é por rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387). Só em São Paulo, mais de 28 mil pacientes aguardam por uma cirurgia — 20,8 mil por rim, 6,6 mil por córnea e 848 por fígado.

Mais de 85% dos transplantes no país são financiados integralmente pelo SUS, que também fornece gratuitamente os medicamentos imunossupressores necessários ao longo da vida dos pacientes.

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Fonte: Saúde Business

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